Escrava

escrava, Senhora, mulher... Prostra-te, escrava dos meus desejos A meus pés Senhora das minhas vontades Absorva-me, Tal qual a força que tenho Sinta na pele Devora-me, Com seu sentido apurado Devolva-me, O sabor explícito do gozo Que tirastes da minha lascívia Quem faz a cena do jogo Controla toda razão Brincando em meio ao fogo Acolha a chama que queima Não fuja... Fugir seria em vão Livra-te, Da rebeldia que te domina Do espanto Desse olhar que condena Renda-te, Recolhendo teu pranto Esquiva-te, Do caminho da chibata Da mão certeira Do olho do Dono Que leva e traz, que brinca Do carinho e do abandono Que conforta, que desespera Tente... Fortaleça-te, Eu lhe rogo a chance Envaideça-te, Admira-te, Saiba ler diante do espelho Com sabedoria Com o que te presenteio Reconheça Esqueça-me, Se assim fosse possível Aqueça-te, Não tema pelo frio Proteja-te, Preencha qualquer vazio Clame, chame... Provoque um sentimento ardil E como se ainda fosse possível, Esqueça-me... Não, sabemos que não é assim... Mas você teve a chance Não engana-te, Volte... Prostra-te, Como lá no começo... Enquanto fizer te querer Sem igual, esse é o sinal Saiba que nunca vai me perder Sou teu bem , sou teu mal Sou teu tudo... Mas entenda, Supera-te, Vire o mundo Use da força da alma A força que te dou Seja Senhora, nessa hora...escrava O pouco e o muito que quero Não meço Peço Ordeno Fustigo e condeno És minha É essa a sua sentença Sou base do seu caminho Julgo a tua entrega Sorria, Não esconda a alegria Viva e permita que eu viva Seja minha, Mais e mais Eu peço Não meço Ordeno Fustigo e condeno E como lá no começo, novamente... Prostra-te, escrava dos meus desejos A meus pés... Senhora das minhas vontades... Mas não esqueça... Alimente, Amamente, Saiba suprir o ser que sente, Exponha, Não temas, Nem sejas ausente Progrida, No estalo do chicote Na ponta da faca Diante da lâmina que abre o corte Em cada nó da corda Diante da da voz que reina Salva-te, Se ainda assim, achar que pode Entrega-te, Se ainda assim, achar que é hora... Venha, Arranque de mim o gozo Faça-me, Um menino melindroso Que outrora por ti zeloso Hoje vive sem compaixão Mas vive a procura do encontro Segurando a sua mão... Prove, Assuma a sua importância Liberte as suas amarras, Concordo, oriento Obedeça seu coração Morra, mas nasça de novo Se ainda assim preciso for É assim, Cobre...ofereça... Saiba, Que a força do medo que tenho, Nada é, diante de ti És forte, és minha escrava És mulher, és parte minha Mas não esqueça, O pouco e o muito que quero. Não meço Peço Ordeno Imponho Fustigo e condeno És minha E somente você sabe o quanto O valor que tem o seu pranto É essa a sua sentença É a marca que carregará É assim...até quando, não sei Talvez, um dia se livrará Eu sei Duvido, acredito... escrava de meus desejos A meus pés, Senhora das minhas vontades Mulher, Meu brinquedo Objeto do meu querer...